Dia da Consciência Negra: as raízes sociais históricas do racismo e como combatê-lo

Dia da Consciência Negra: as raízes sociais históricas do racismo e como combatê-lo

“Não há racismo no Brasil.” Quantas vezes você já ouviu essa frase? É comum ouvirmos que o Brasil, com a maioria da população preta ou parda, não tem casos de racismo. Hoje, 20 de novembro, no Dia da Consciência Negra, vamos entender as raízes do racismo e como combater a discriminação que sim, existe no Brasil.

De acordo com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o registro de casos de racismo aumentou 127% em 2023. Foram feitos 11.610 boletins de ocorrência, enquanto em 2022 foram 5100. Os três primeiros estados em números de notificação são Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná.

Partindo para a conscientização, o racismo vai além das ofensas descaradas, também presente quando observamos o mundo ao nosso redor. Criar a consciência dos conceitos faz com que estejamos mais atentos no combate à discriminação racial.

O que é racismo estrutural?

A Politize define como:

Uma herança discriminatória da escravidão em conjunto com a falta de medidas e ações que integrassem os negros e indígenas na sociedade, como políticas de assistência social ou de inclusão racial no mercado de trabalho, gerou o que se entende por racismo estrutural, ou seja, uma discriminação racial enraizada na sociedade.

E também representa um processo histórico em que condições de desvantagens e privilégios a determinados grupos étnico-raciais são reproduzidos nos âmbitos políticos, econômicos, culturais e nas relações cotidianas.

Exemplos de racismo estrutural no dia a dia:

  • Alunos em universidades são, em maioria, brancos
  • Um jovem negro tem 2,5x mais chances de ser vítima de homicídio
  • Uso de expressões como racistas, como “denegrir”, “ovelha negra”, “mulata”
  • Mulheres negras sofrem mais violência obstétrica
  • Pretos e pardos morreram mais de Covid-19 do que brancos no Brasil

O que é racismo institucional?

O Uol ECOA define como:

A prática de uma organização, seja empresa, grupo, associação ou instituição pública, em não prover um serviço para uma determinada pessoa devido à sua cor, cultura ou origem étnica. Ele também pode se manifestar por meio de normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano do trabalho, como resultado de preconceitos.

Exemplos de racismo institucional no dia a dia:

  • Pretos e pardos são a maioria dos desempregados e subutilizados
  • Ausência de pessoas negras em cargos de liderança
  • Diferenças no acesso à saúde
  • Disparidade no sistema criminal

O racismo estrutural e institucional não são percebidos por meio de ofensas diretas, mas sim quando observamos ao nosso redor. Criar a consciência dos conceitos faz com que estejamos mais atentos no combate à discriminação racial.

O Estatuto da Igualdade Racial, estabelecido pela Lei nº 12.288, promulgada em 2020, garante a igualdade de oportunidades, promovendo a inclusão social e a equidade de direitos para as populações historicamente marginalizadas.

Racismo é crime. Denuncie!

Racismo é crime inafiançável previsto pela Lei 7.716/1989. Você pode denunciar!

  • Se está acontecendo, disque 100 ou 190
  • Se já aconteceu, procure autoridade policial e faça uma ocorrência
  • Em casos coletivos, procure o Ministério Público

O Secohtuh repudia todo tipo de discriminação. Nós estamos juntos na luta contra o racismo!